O aleitamento materno é recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) até os 6 meses, de forma exclusiva, e até os 2 anos de idade, de forma complementar. A importância do aleitamento materno reside na diminuição da incidência de infecções respiratórias, diarreia, enterocolite necrotizante, otite, diabetes, leucemia, excesso de peso, colesterol alto, anemia, asma, entre outros, enquanto na mãe diminuem-se os riscos de câncer de mama de ovários e até fraturas ósseas.

É caracterizado como aleitamento materno exclusivo quando a criança recebe somente leite materno, diretamente da mama ou extraído, e nenhum outro líquido ou sólido, com exceção de xarope de vitaminas, minerais ou medicamentos prescritos pelo pediatra. Já o aleitamento materno complementado é quando a criança recebe leite materno mais outros alimentos sólidos e líquidos.

A lactação provoca na nutriz uma demanda semelhante à da gravidez, sendo necessária a adição de 500kcal/dia à dieta da mãe. A quantidade de proteína no primeiro semestre de lactação deverá ser de 65g/dia, e é necessário também um aumento no consumo de vitaminas e minerais, garantindo a nutrição da mãe e, por conseguinte, do filho que amamenta.

As refeições devem ser fracionadas em 6 vezes ao dia. As refeições intermediárias, em virtude da necessidade de repor a água utilizada pelo organismo materno na formação do leite materno, devem ser, de preferência, ricas em líquidos na forma de sucos e leite. Não se recomenda dieta para perda de peso, às mães, durante o período de amamentação.

Não são recomendados, nesse período, as frituras, os alimentos que transmitam odor e sabor desagradável ao leite (como alho ou cebola em excesso), os alimentos que eventualmente possam provocar intoxicações (ostras e mariscos), o fumo, as bebidas alcoólicas e o excesso de chá e café. E a mãe deve sempre estar atenta às suspeitas de cólica do bebê associadas a algum alimento consumido, principalmente repolho e brócolis.

A nutriz deve estabelecer um horário para as suas refeições que não interfira com as mamadas, a fim de garantir a tranqüilidade indispensável ao ato da amamentação.

O maior estímulo para a produção e secreção de leite materno é a sucção do bebê no seio da mãe, mas alguns como o estresse, temor, dor e ansiedade podem inibir a ejeção do leite. Portanto, para evitar a hipogalactia (falta de leite), recomenda-se à nutriz uma vida tranquila, exercícios moderados e boa alimentação.

Cuidados na amamentação:
• Lavar bem as mãos com água e sabão;
• A higiene dos seios é indispensável, com banhos diários e a troca do sutiã;
• Escolha um local calmo e tranquilo para amamentar;
• A mãe deverá sentar-se confortavelmente, recostada numa cadeira bem cômoda e, de preferência, com braços para servir de apoio quando a mãe estiver com a criança no colo;
• É uma hora especial, portanto, quando a mãe não deverá fazer outras atividades enquanto amamenta;
• Logo após o nascimento, na primeira meia hora pós-parto, a criança deve ser levada para mamar, com o objetivo de manter os níveis de ocitocina elevados e facilitar a apojadura (descida do leite);
• A criança nas primeiras mamadas pode mamar apenas 3 a 4 minutos em cada seio. Nessas mamadas iniciais deve-se oferecer os seios alternadamente para ampliar o estímulo da formação de leite. Com a maior produção do leite, a criança vai determinando a quantidade e o tempo da mamada;
• Após esse período de aprendizagem tanto para a mãe quanto para o bebê, oferecer o seio visando o esgotamento total da mama, antes de oferecer a outra. Dessa forma, a criança estará recebendo leite com uma quantidade maior de gordura e energia, adequado ao seu crescimento. Caso a mama oferecida na mamada anterior não tenha sido esgotada, iniciar por ela na seguinte;
• Ao colocar a criança no colo, por instinto, ao tocar com os lábios o bico da mama, ela “abocanhará” a aréola. Esta pega é muito importante, pois muitas vezes, por não ser feita corretamente, pode provocar lesões nos mamilos. A criança deve praticamente colocar toda a aréola na boca, a fim de permitir que a língua faça pressão na aréola contra o palato duro da boca da criança, garantindo uma boa vedação e o esvaziamento adequado dos seios;
• Observar se a criança está respirando livremente durante a amamentação. Se necessário, exercer ligeira compressão das mamas com os dedos para facilitar a respiração do bebê pelo nariz;
• Durante a mamada, a criança deglute uma certa quantidade de ar, que vai se acumulando no estômago, acima do leite, formando uma bolha gasosa. Assim, a criança deverá ser colocada na posição vertical, apoiando a cabeça, afim de soltar o ar que deglutiu.

Desvendando alguns mitos sobre o aleitamento materno:
• Todas as mulheres podem amamentar: durante toda a gestação o corpo se preparou para o aleitamento, portanto é uma opção da mãe. Contudo, como foi dito anteriormente, a ansiedade pode impossibilitar a amamentação;
• O tamanho das mamas não significa maior ou menor produção de leite. Mulheres com mamas pequenas produzem leite em quantidades suficiente, tanto quanto mulheres de mamas maiores;
• Não existe “leite fraco”, o que existe é uma variação na quantidade de leite produzida. Assim, a mulher, quando estiver amamentando, deve ter uma alimentação adequada para garantir a quantidade de leite suficiente.
• O aleitamento materno não prejudica a estética feminina. Pelo contrário, os hormônios que agem na produção do leite têm ação de contrair o útero. Assim, mulheres que amamentam voltam às suas formas mais rapidamente. Quanto à flacidez das mamas, esta pode ser prevenida com o uso de sutiã com firme sustentação.
• É preciso que a mãe, com tranquilidade e numa posição confortável, posicione corretamente o bebê ao seio. Dessa forma é assegurada a “descida” do leite, prevenindo assim a dor nos mamilos e o ingurgitamento das mamas, o famoso leite empedrado.