Uma alimentação adequada facilita o trabalho de parto, evita complicações, favorece a lactação e dá ao recém-nascido um bom estado nutricional.

A gestação modifica os processos fisiológicos da mulher e a sua evolução gestacional pode ser dividida em três períodos:

Primeiro trimestre - A gestante sofre os efeitos dos fenômenos autotóxicos, apresentando náuseas pela manhã, fato que dificulta a alimentação;

Segundo trimestre - Adaptação do organismo da gestante às repercussões do desenvolvimento do bebê;

Terceiro trimestre – O feto triplica seu peso no nesse período.

As primeiras alterações do organismo materno durante a gestação e que vão direcionar sua alimentação são:

Aumento do peso corporal - Em virtude do desenvolvimento do tecido uterino, da placenta e do feto.

Metabolismo basal - Sofre um aumento de 15 a 20% pelo aumento do trabalho cardiovascular, renal, respiratório e síntese de novos tecidos.

A gestante requer maior quantidade de proteínas, a fim de satisfazer o desenvolvimento da criança, placenta e mamas; formação do líquido amniótico e aumento do volume uterino.

A gestante deve consumir uma quantidade maior de calorias devido à formação do bebê, não deverá comer por dois, como muitos dizem, o que pode acabar ocasionando no sobrepeso gestacional. Para saber quantos quilos a mulher deve ganhar ao longo dos 9 meses, deve-se calcular o IMC da mulher anterior à gestação, e de acordo com a sua classificação, posteriormente somar:

Baixo peso: 12,5 a 18 kg.

Peso adequado: 11,5 a 15,5 kg.

Sobrepeso: de 7 a 11,5 kg.

Obesidade: até 7 kg.

O excesso alimentar característico dessa fase (ex: comer por dois), considerado necessário por muitos, deve ser evitado porque não beneficia nem a mãe nem o feto. As exigências calóricas só aumentam do quarto ao nono mês de gestação, quando deve-se aumentar 300kcal na alimentação diária da gestante.

As proteínas consumidas devem ser de fácil digestão, e quanto às gorduras, deve-se preferir as ricas em ácidos graxos insaturados e limitar a ingestão carnes gordurosas, banha, bacon, pele de frango, embutidos e manteiga. Em relação aos carboidratos, geralmente a gestante tem melhor tolerância, principalmente durante o primeiro trimestre, quando ele poderá sofrer náuseas. O ideal nesse caso é consumir pequenas refeições mais secas, como torradas ou bolachas, e não passar mais de 3 horas sem se alimentar.

Mas cuidado com a quantidade excessiva e o tipo de carboidrato consumido, prefira sempre os integrais, para evitar o desenvolvimento da diabetes gestacional. A mesma preocupação deve ser dada ao sódio, para que não haja o desenvolvimento de pré-eclâmpsia, que pode ser fatal. Procure utilizar mais temperos naturais, como o alho e a cebola, vete o uso de temperos prontos, use o mínimo de sal possível no cozimento e retire o saleiro da mesa.

Todos os alimentos fontes de vitaminas devem ser consumidos adequadamente, a fim de preencher as necessidades nutricionais da gestante e do feto, porém as recomendações para algumas estão aumentadas: A, D, K, C . O ácido fólico deve ser suplementado 3 meses antes de se começar a tentar engravidar até o terceiro mês de gestação, para prevenir a anemia megaloblástica e defeitos no tubo neural no feto. Por isso a importância do planejamento da gravidez.

A demanda de ferro durante a gestação é maior devido à formação extra de sangue, tornando a anemia uma das complicações mais freqüentes na gravidez. Para isso consuma mais vísceras, vegetais folhosos e verde-escuros, feijões, carnes magras. Alimentos ricos em cálcio, como o leite e seus derivados, não podem faltar para propiciar a formação óssea e dentária do feto. Há um aumento da atividade da tireóide na gestante, causando um aumento da necessidade de iodo. Sua falta pode comprometer o crescimento fetal , produzir natimortos, abortos espontâneos ou anormalidades congênitas.

O consumo de água também deve ser aumentado, tanto pela maior quantidade de sangue circulando quanto para prevenir a constipação intestinal, comum nesse período. A cafeína deve ser reduzida a menos de 200mg/dia, o equivalente a 2 xícaras de café, pois ela é depletora de cálcio e estimulante, o que não é bom para a mãe nem para o feto. Não consumir bebidas alcóolicas, pois o álcool interrompe a distribuição de oxigênio no cordão umbilical, podendo causar lesão cerebral irreversível, retardo de crescimento e mental, anormalidades faciais e de visão, e mais de 40 problemas de saúde.

E nunca menosprezar os desejos de uma gestante, pois muitas vezes podem traduzir alguma necessidade!!!